Robert Plant & Alisson Krauss – Raising Sand (Outubro)
Alisson Krauss é a expressão do bluesgrass que Robert Plant, ex-vocalista do Led Zeppelin, sempre desejou ser. As versões de canções tradicionais e outras de qualidade ímpar apresentam uma energia sobrenatural, rústica – mas com tratamento sonoro moderno – para duas vozes que mereciam se encontrar. O estado de pureza deste álbum é apresentado através de um ritmo originalmente americano, muito mais próximo do som que Plant protagonizou com sua antiga banda, do que com as viagens orientais em seus últimos álbuns solo.
Iron and Wine – The Shepherd’s Dog (Setembro)
Patti Smith – Twelve (Abril)
A poeta do rock sempre protagonizou covers com excelência, originalidade e muitas intervenções nas letras. Neste álbum ela simplesmente escolheu canções que tivessem força em sua mente, que lhe agradassem, e mostrou como elas podem em muitos momentos serem melhores do que são nas suas versões originais. Do mais inusitado, como Everybody Wants to Rule The World, do Tears for Fears - que aparece aqui com muito mais impacto do que na original - a esperada Gimme Shelter, dos Stones - trazendo o clima pesado da gravação original, esquecida um pouco das versões apresentadas ao vivo pelos autores - há também a versão campestre para Smells Like Teen Spirit, do Nirvana, ou com desfecho onírico de Pastime Paradise, Patti prova que, tratados com respeito e seriedade, essas canções podem parir novos sentimentos, reacender outros já esquecidos, e dar a verdadeira paisagem para algo que não era tão comovente.
Wilco – Sky Blue Sky (Maio)
Amy Winehouse – Back To Black (Dec-2006/2007)
Como o álbum mais desbocado e comentado de 2007 teve sua primeira versão lançada em 19 de Dezembro de 2006, e as outras seis versões em 2007, não podemos dar de ombros, e dar as boas vindas para a black music da senhora da taberna, Amy Winehouse. As canções são cheias de desespero e bebida.
Amy apresenta a doçura da dor de seu amor em letras pesadas, enquanto o soul que se espalha pelo álbum é moderno e, ao mesmo tempo, caracteristicamente focado na geração Motown. Se tivesse lançado pela gravadora em sua fase áurea, ninguém perceberia a diferença.