
Tina Turner – Acid Queen (1975)
Imagine se uma das levadas mais características do Led Zeppelin, em que os agudos de Robert Plant se destacam, fossem trocados por gritos e gemidos de uma voz negra feminina. Também pense que com toda a pauleira do The Who, seus integrantes mudassem os malabarismos com o microfone de Roger Daltrey por uma negra sedutora que encarasse seu microfone como se fosse um falo pronto para ser degustado, e, ao mesmo tempo, troque as danças aeróbicas do vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, por um belo par de pernas de uma negra sensual, vestida em uma pequena saia brilhante, fazendo uma dança frenética e orgástica? Imaginou?!?!
Imagine se uma das levadas mais características do Led Zeppelin, em que os agudos de Robert Plant se destacam, fossem trocados por gritos e gemidos de uma voz negra feminina. Também pense que com toda a pauleira do The Who, seus integrantes mudassem os malabarismos com o microfone de Roger Daltrey por uma negra sedutora que encarasse seu microfone como se fosse um falo pronto para ser degustado, e, ao mesmo tempo, troque as danças aeróbicas do vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, por um belo par de pernas de uma negra sensual, vestida em uma pequena saia brilhante, fazendo uma dança frenética e orgástica? Imaginou?!?!
Todos os grandes vocalistas do rock citados nunca aprontaram suas orgias musicais sozinhos, tendo ao seu lado performáticos guitarristas que não deixavam o clima esfriar. Essa ‘Musa Black’ também não seria diferente! E, ainda envaidecida de prazer, traria consigo um marido ciumento, guitarrista subestimado e hoje esquecido, para mandar ver em uma segunda viagem solo, expelindo todo seu estupor sexual, como um voyeur ensandecido pelo balanço de sua mulher.
Agora junte as características descritas para essa garota e acrescente o sabor Funk & Soul desenvolvido pelo maridão, e você terá todo o desempenho de Tina Turner em Acid Queen. Lançado em 1975, o álbum é um apetitoso exemplo do encontro de Tina Turner com cadenciadas versões de músicas das bandas citadas no primeiro parágrafo. Das nove faixas, cinco são covers – ‘Whole Lotta Love’, ‘Let’s Spend The Night Together’, ‘Under My Tumb’, ‘I Can See For Miles’ e ‘Acid Queen’, essa última impulsionaria a carreira da cantora para a interpretação, colocando-a como a Rainha do Ácido, no filme Tommy, da banda The Who – e as outras quatro são composições do parceiro Ike Turner. Especialista em fazer versões dançantes de clássicos roqueiros para a Turner fêmea interpretá-los com toda a libido – Prody Mary é o caso mais famoso – o Turner macho arrasa por todas as faixas, com guitarras cheias de swing. Sua participação no álbum talvez tenha, à época, amenizado seu complexo de inferioridade perante o sucesso de sua mulher, fazendo com que não o abalasse mais uma vez, resultando em pancadaria para cima de sua amada. O contato direto com os Rolling Stones é bem perceptível nas composições do Turner macho: ‘Bootsy Whitelaw’ e ‘Pick Me Tonight’, onde ele produz uma boa mistura rítmica do seu Soul-Funk, com as levadas de guitarra tipicamente stoneanas. Já Tina é puro prazer: ela suga toda energia das batidas, goza de seu poder vocal e imprime todo seu apetite sexual em interpretações excitantes, satisfazendo o ouvinte e deixando um gostinho de quero mais.
Advertência: cuidado para não viciar.